
Valdivia pode ser titular contra o Brasil
O receio de ter de enfrentar a Espanha tão cedo ou o ferrolho suíço não se confirmou. E o adversário da seleção brasileira nas oitavas de final da Copa do Mundo será o conhecidíssimo Chile, adversário frequente em eliminatórias, Copas América e até em outros Mundiais, na próxima segunda-feira, às 15h30m (de Brasília), no Ellis Park, em Joanesburgo.
Ainda assim, o GLOBOESPORTE.COM preparou uma análise completa da “La Roja”, que avançou em segundo no Grupo H, atrás dos espanhóis apenas no saldo de gols, mas à frente de Suíça e Honduras. Como os chilenos jogam? Quais são suas principais armas? O retrospecto contra o Brasil? E as opiniões dos especialistas? Confira tudo abaixo:
Prioridade ao ataque e espaços na defesa
Marcelo Bielsa não recebeu o apelido de “El Loco” à toa. Facilitado por contar com uma geração com muitas opções ofensivas, o técnico argentino faz valer do ditado de que “a melhor defesa é o ataque”. Geralmente são cinco peças de ataque, sempre priorizando as pontas, já que não conta atualmente com uma referência confiável – Suazo, sem condições físicas ideais, não rendeu o esperado, enquanto Paredes não tem muitos recursos técnicos (assista abaixo ao gol de Beausejour contra Honduras).
Pouco protegido, no entanto, o time deixa claro que falta estrutura defensiva quando é atacado, como pôde ser constatado na derrota para a Espanha nesta sexta-feira. Contra Honduras e Suíça, os chilenos tiveram posse de bola superior, evitando que o goleiro Bravo fosse bombardeado
E os temores pela defesa da “La Roja” diante de Kaká, Robinho e Luis Fabiano são ainda maiores. Medel e Ponce, que formam uma dupla de zaga titular apenas regular, receberam o segundo cartão e estão suspensos, assim como o volante reserva Estrada, expulso, e às vezes utilizado como zagueiro. As boas notícias para os chilenos são os retornos do volante de contenção Carmona, que não deixa a torcida sentir a falta de Maldonado (não convocado), e do meia habilidoso Matías Fernandez.
Quesito | Média do Chile | Média do Brasil |
---|---|---|
Posse de bola | 52% | 59,6% |
Passes errados | 129 | 108,3 |
Chutes no gol | 5,3 | 7 |
Chutes para fora | 11 | 12 |
Faltas | 20,3 | 14,6 |
Outros destaques são o atacante Alexis Sanchez, que às vezes abusa da individualidade pelo lado direito, e o cérebro Valdivia, tão conhecido dos brasileiros. O antigo e possível futuro jogador do Palmeiras deve disputar uma vaga com Mark González e o atacante Humberto Suazo. Certeza, provavelmente, somente quando a Fifa divulgar a escalação oficial a uma hora do apito inicial.
Retrospecto é amplamente favorável
Na linguagem popular, pode se dizer que o Chile é mais um freguês da seleção brasileira. São ao todo 65 partidas, com 46 vitórias, 12 empates e apenas 7 derrotas. A última vitória chilena aconteceu em agosto de 2000, um 3 a 0 nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, com direito a gols de Ivan “Bambam” Zamorano e Marcelo Salas, estrelas do país nas últimas décadas.
Ambos, inclusive, também estiveram presentes no segundo e último confronto entre Brasil e Chile em Copas do Mundo. Em 1998, na França, César Sampaio e Ronaldo fizeram duas vezes cada na goleada por 4 a 1, curiosamente pelas oitavas de final (assista aos melhores momentos acima). Em 1962, Garrincha e Vavá acabaram com a festa dos mandantes nas semifinais com o triunfo por 4 a 2.
A seleção teve de repetir a lição em 2008. Donos de bela campanha nas eliminatórias, os chilenos se encheram de confiança e subiram no salto antes de enfrentar o Brasil, em Santiago. Um jornal local chegou a estampar uma manchete que a equipe de Marcelo Bielsa iria “ensiná-los a dançar o koala”, uma dança sensual de sucesso no país. Luis Fabiano e Robinho se encarregaram do dever e definiram os 3 a 0. Após o jogo, o atacante do Santos deixou um recado no vestiário, ao lado do diário, em espanhol: “Tem que respeitar a melhor seleção do mundo”.
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